Despeço-me de 2020 como uma sobrevivente. Como será daqui em diante não sei.
Sobrevivi a um ano de tormentas.
Sobrevivi à depressão que com suas recaídas me tirava a energia, à vontade de viver.
Sobrevivi a um problema de coluna que me deixou na cama por 23 dias, deixou uma sequela no joelho.
Sobrevivi à covid-19. Mesmo com sintomas leves; o medo, a insegurança que eram companhias diárias.
Sobrevivi a críticas, a traições de onde menos esperava, de pessoas que estendi a mão e em troca me apunhalaram.
Pensam que é pouco?
Enganam-se. Acabei de perder a minha mãe. Uma dor que esmaga o coração e silencia as palavras da minha boca .
Sei que não fui uma filha ruim, não preciso provar isso a ninguém . Tenho na minha consciência a tranquilidade de ter respeitado o seu pedido, a sua vontade
Muitos me apontarão o dedo, se esquecendo de olhar o outro lado da moeda. Não comparem a dor. Não se esqueçam que a vida é feita de escolhas. E, pelo bem da minha mãe eu precisei escolher me afastar
Hoje, choro a minha dor, a minha perda. Hoje faço o meu luto.
Que Deus a receba mãe e a encaminhe para encontrar a sua paz.
Márcia Coutinho
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