ENCERRANDO MAIS UM ANO.

E mais um ano chega ao fim, e ao fazer um balanço da minha vida, vejo o quanto sou uma sobrevivente de um ano de grandes perdas.

Sim. Perdi mais do que ganhei. Na minha balança da vida; o prato negativo teve um peso maior. Como está sendo difícil chegar ao fim de mais um ano, onde vi tantas conquistas se perderem, vi minha saúde escorrendo pelo ralo, vi o desrespeito frente a frente.

Mas enfim, como em tudo temos que dar graças. Preciso agradecer por ter confirmado a amizade de pessoas que caminham ao meu lado. Foi preciso nessas perdas olhar para os lados e ver quem realmente se preocupa comigo, quem não me deixou abater e muito menos cair.

Como vi minha esperança balançar, vi minha fé sendo questionada, mas acima de tudo, vi o quanto tem pessoas que realmente se importam comigo, o quanto pude colher o que havia semeado e foi isso o diferencial que não me deixou entregar os pontos.

Graças a Deus estou entregando mais um ano. Apesar dos pesares, sinto-me vitoriosa por poder compartilhar com vocês nesse ano de 2018 um pouco de minha história de vida e superação. a depressão entrou na minha vida sem pedir licença, estou lutando bravamente para vencer essa doença do século, porém sei que a luta é grande mas a minha força e fé são maiores.

Eu tenho depressão, mas ela não me tem. Assim encerro meu ano, dando mais um passo e desejando a todos vocês que me acompanharam um ano novo de muitas conquistas e grandes vitórias.

Nos encontramos no caminho desse novo ano que logo se iniciará.,

Um forte abraço e obrigado pela companhia.

Márcia Coutinho

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MASCARANDO AS EMOÇÕES.

Nem sempre podemos deixar que nossas emoções e sentimentos falem por nós. Faz parte de nossa vida tentar ser o que as pessoas querem que sejamos. Muitas vezes até conseguimos manter as aparências, mas o tempo nos ensina a ser nós mesmos.

Agora que venho enfrentando a depressão, sei bem o que é “fingir estar bem”. Por diversas vezes sorri quando por dentro meu coração se desmanchava em lágrimas por causa da angústia que me sufocava.

Mesmo passando por esse momento difícil, ainda encontro forças para dar alguns passos, não me permito fraquejar, mesmo sabendo que em algum momento fraquejarei. Erguer-se nem sempre é uma tarefa fácil e com as fragilidades que vamos acumulando vai piorando. Com isso percebemos que mesmo estando rodeado de pessoas conseguimos nos sentir só. Uma solidão que dói, que nos corrói por não saber explicar o que sentimos.

Quando se deparar com alguém que tem no olhar uma tristeza escondida, dê a mão, acolha com seu abraço porque esse acolhimento, esse afago, essa atenção pode tirar alguém de um momento ruim e transforma-lo em um dia com arco-íris.

Márcia Coutinho

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EI, EU ESTOU AQUI.

Por quantas vezes meu pranto parecia não ter fim. Uma angústia apertava meu coração e oprimia meus pensamentos. A dor era imensa e meu olhar se perdia. 

Pensava que tudo estava perdendo as cores. Não percebia que, cada vez que eu me escondia era a minha vontade de desistir de tudo que batia à minha porta. 

Nesse instante conseguia olhar a procura de um sinal para que eu me levantasse, mesmo com as pernas trêmulas . E esse sinal vinha em forma de um "oi, como você está?"

Naquele instante consegui ver alguém acendendo uma luz para mim, um alguém acenando dizendo: eu estou aqui. Conte comigo.

Então, quando lhe bater a tristeza, angústia ou a solidão, não se entregue. Tem muitas pessoas que estão te apoiando, segurando em suas mãos para não te deixar desistir de lutar.

- Ei, eu estou aqui.

Márcia Coutinho

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VISITANDO O PASSADO.

De repente me veio uma vontade de visitar o meu passado. Queria saber até onde consigo viajar.

Peguei meu melhor traje e junto com minha mala vazia comecei a vasculhar cada canto da minha memória. Não procurei por atalhos, quis ir a cada lugar que marcou a minha vida. Precisava rever a minha história, cada fato precisava ganhar uma nova versão.

Não é porque houve fracassos que minha história não tenha valido a pena, muito pelo contrário, essas quedas me fortaleceram e mostraram o quanto eu sou guerreira, não desisti, mas sim, aprendi a vencer.

Eu não queria que nas minhas memórias ficassem registradas apenas coisas boas, precisava passar a limpo todas as histórias inacabadas; qual a minha surpresa? Eu vivi plenamente tudo que a vida me ofereceu. Não tenho o que me arrepender, fiz certo ou errado, mas fiz. Não precisei ficar apagando as minhas memórias. Cada uma foi guardada com carinho, como se fosse um presente.

Talvez por isso as lágrimas que derramei foram de saudade, saudade de um tempo bom onde vivi com alegria. Onde não me arrependi de nada. Saudades dos tropeços, das gargalhadas e de cada aprendizado.

Mesmo estando vivendo uma fase ruim, cuidando de reverter esse quadro de depressão, sei que essa angústia, essa tristeza será apenas uma fase difícil que passará, mesmo assim entrará em meu livro de memórias como uma batalha difícil que vencerei.

Assim eu acredito.

Márcia Coutinho

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