Não se
reconstrói o vaso quebrado, o papel rasgado. Por mais que se cole as emendas
estão lá para que nunca se esqueça. As imperfeições deixadas pelo ato, ficam.
Mesmo mediante
tantas manifestações de paz e pedidos de perdão, não existe perdão quando não
se esquece. Para mim o único que pode nos perdoar é Deus. A ele cabe nos julgar
e decidir por nós.
É tão
fácil pedir perdão, arrepender-se, não é mesmo? Muitos sabem da bondade dos corações
e se valem disso para agir sem pensar.
A ofensa,
a calúnia, as mentiras, traições fazem parte de um pacote que não tem perdão. Muitas
vezes se releva uma vez, duas. Mas e nós, como ficamos? Vamos viver para
perdoar? Somos as vítimas e não os vilões.
Somos errados,
somos seres falhos e imperfeitos e isso não nos dá o direito de errar sempre e
quando desejamos ou melhor, quando for conveniente pedimos perdão.
As nossas
atitudes dizem por nós. Por isso não saia por aí perdoando da boca para fora. Não
estou dizendo que devemos nos tornar amargos, infelizes não. Só peço que não
sejamos hipócritas de dizer que sabemos a dificuldade de perdoar e, no entanto,
não somos suficientemente fortes para esquecer. Qualquer coisa, qualquer passo
em falso nos remete aos fatos.
Lembrando que,
quantas vezes dizemos em nosso pensamento: vou perdoar, mas si fizer de novo
não vai ter jeito. Isso mostra que o perdão não foi real, ele foi feito sob condições.
Se existe
lembrança que não se apaga nos mostra que o nosso coração tem memória e reviver
esses momentos nos mostra que perdoar não é nada fácil.
Márcia
Coutinho
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