Quantas vezes pensamos que o nosso problema é tão difícil de se resolver que, imaginamos nunca sair do mesmo lugar.
Não sabendo nós, que ali é apenas uma etapa um pouco mais longa para se chegar ao fim.
Por mais de 24 anos tive um casamento feliz. Um marido bom e filhos bem criados. Tinha prazer em ser dona de casa, cuidar dos meus filhos e trabalhar para ajudar nas despesas. Vida igual de tantos casais. Até que percebi que as coisas já não caminhavam como antes. Isso porque entrou doença nessa história.
Pensava que o tempo ajudaria a curar a enfermidade e fazer com que meu casamento voltasse ao que era antes. Foram dois erros: não era qualquer doença, mas sim depressão. Meu casamento nunca mais foi o mesmo; chegou ao fim depois de três anos lutando para ver se existiria alguma chance de voltar a dar certo.
Enganei mais uma vez. 27 anos de uma união que deu certo. Não pensem vocês que houve agressão, traição ou algo que pudesse por fim a esse casamento: apenas um amor que se desgastou e não teve mais como recuperar.
Quando assinei na semana passada meu divórcio, vi com tristeza algo que não imaginava viver: nada é eterno, tudo se desgasta se não for bem cuidado. E, eu descuidei de mim, do meu casamento; quando pensava que seguindo uma rotina nada sairia da linha, manteria o padrão.
Hoje sinto-me mais fortalecida, mesmo também tendo passado por uma depressão, por viver correndo atras de tratamento e de maneiras de contornar aquilo que não tinha mais jeito. Vivo hoje um novo começo.
Não tenho mágoas nem ressentimento, mas sim: tenho respeito, gratidão e uma amizade por aquele que foi meu companheiro por tantos anos, me fez viver momentos lindos e inesquecíveis e o principal, me fez mãe de dois homens de bem.
Para você que vive um relacionamento onde não mais existe amor, saia enquanto existe o respeito e bons sentimentos.
Você pode seguir sua vida sozinha. Não nascemos agarradas a ninguém, nos agarramos no decorrer de nossa vida.
Ainda há chance de ser feliz. Não desista de você.
Márcia Coutinho
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