Não sou idoso, nem criança. Muito menos adolescente. Ainda
não defini em qual fase estou. Na certa estou na maturidade. Cada dia aprendo
mais, valorizando os mínimos detalhes.
Venho aprendendo a conviver com a ingratidão das pessoas,
não deixando que elas me provoquem dores.
Aprendi nesse ano a falar através do silêncio. Fui muito machucada,
julgada e condenada sem direito à defesa. Por que então sofrer por quem não
merece nem meu menor pensamento?
Gostaria que, as pessoas que um dia conviveram comigo e que
hoje me desprezam pelo julgamento dos outros, que se olhassem no espelho e
repensassem suas atitudes. Que tenham coragem de enxergar a pessoa em sua
essência e não apenas como uma mera fantasia. Pois sim, quem se disfarça para
se aproximar não é digno de confiança.
Cada um olha por um prisma, e uma única imagem tem várias
versões. Assim somos nós no olhar dos outros, cada um enxerga o que mais lhe
agrada.
Tive algumas perdas como todos tiveram. Nessas perdas
aconteceu algo muito interessante. Descobri que não se perde aquilo que nunca
teve. Foram anos de convivência com uma miragem, acabou. Ponto final.
Fui também tão acolhida, tão amada por pessoas
verdadeiramente do bem, sem disfarces ou maquiagem. Dei tantos passos para a
frente e tão poucos para trás. Suportei dores, soprei feridas dos outros,
caminhei de mãos dadas com quem deveria. Descobri amores escondidos, deletei o
que não prestava. Estou de pé.
Fui vítima, fui vilã mas também não deixei de ser mocinha.
Enfim, nesse ano que se finda tirei uma única conclusão: não
preciso que me amem, apenas que me respeitem.
Márcia Coutinho
0 comentários:
Postar um comentário