E de repente eu olho e vejo a minha alegria se escorrendo
pelo ralo. Procuro por respostas. Tento entender quando eu comecei a me perder,
quando deixei de sorrir.
A minha alegria deixou rastros de leve, talvez por covardia
eu não tenha percebido que a minha vida estava mudando. Não uma mudança
qualquer, mas uma mudança significativa onde deixei para trás sentimentos que
me sufocavam.
Todos os dias alguém acorda para a vida, para esse momento de
busca por respostas, por verdades escondidas, por mentiras estampadas. Eu não
sou diferente.
Até pensei que eu era alguém com palavras soltas, que
chegavam onde eu queria, pensei que meus gestos eram firmes, mas eles estavam
mostrando alguém que não sou.
Será que sou uma fraude? Alguém que agregou amigos e perdeu
amores? Alguém que cativa, que gesticula, que vibra, mas também chora? Quem sou
eu nessavida?
A minha alegria está se desfazendo entre lembranças, entre
atitudes, entre emoções. Já não sei onde encontrar essas respostas. Eu falo sim
o que penso, eu brigo pelo que acredito, eu assumo meus erros e fortifico em
minhas conquistas.
Mas isso não está sendo suficiente para mim. Já não tenho
forças para buscar um algo mais. Talvez tenha chegado a hora de me acomodar e
ver no que vai dar. Minha gargalhada fecha em minha garganta, minhas lágrimas
buscam um caminho, minha voz já não é suficiente para gritar ao vento o que
estou realmente sentindo.
É olhando pela minha alegria que se vai que não quero deixar
que ela parta. Aalegria faz parte de mim, sem ela nada sou…
Será isso um erro?
Márcia Coutinho
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