Salpicando Ideias

Opinião, discussão sobre temas polêmicos e atuais.

sábado, 22 de julho de 2017

SOMOS COMO PIPAS.


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Hoje eu estava pensando na época em que ficava vendo o meu pai construindo pipas para os meus primos. Ele tinha uma paciência, um cuidado. Eram detalhes diferentes para cada uma, eram coloridas, com rabiolas grandes, e as pipas eram cada uma maior que a outra,

 Quando estavam no ar, ficava admirando a beleza daquelas obras primas. Voavam sem direção, iam cada vez mais alto, um competindo com o outro para ver qual ia mais longe. Não havia cortes. Esta moda da pipa vem ultrapassando décadas, e continua encantando, hoje mais sofisticadas, são encontradas prontas, bem diferente das antigas.

 Fiquei então analisando como os criadores e suas criaturas se assemelham a pais e filhos. Os pais quando recebem a missão de criarem seu filhos, usam de todo cuidado, toda atenção. Não medem esforços para vê-los vencedores, se despontando, abrindo seus caminhos.

  As pipas voam sem direção pois a elas foram dados este poder, os filhos completam a idade e saem em busca de novos horizontes, voam alto. Umas pipas se perdem, foram desviadas de suas rotas, alguns filhos também, se perdem de seus valores, ultrapassam limites antes proibidos, questionáveis.

 Enquanto podem os criadores seguram firme a linha, muitas vezes recolhem a mesma; pois veem rivais chegando perto, veem o perigo bem ao lado. Assim os pais, aconselham, seguram seus filhos enquanto podem.
  
Quando percebem que o perigo está passando por perto, tenta segurar , aconselhar, direcionar. Mesmo assim, o vento pode ser forte, traidor, então não mais conseguimos segurar, é chegado o momento de confiarmos em nossas criaturas, nossos filhos.

  Nós fizemos a nossa parte, agora são com eles, torço para que encontrem abrigo em um lugar seguro. Que encontre novas mãos para ajudá-los a se erguerem novamente.

 O vento é igual para todos, apenas podemos senti-los de maneira diferente. Precisamos distinguir a que altura podemos ir, qual o melhor momento de quebrarmos a nossa linha e darmos por encerrado o ciclo de dependência de nossos pais, de nossos criadores.

 Construir pipas é uma arte, vê-las voando é uma realização. Criar filhos é um desafio, vê-los vencedores é uma conquista!

O que queremos mais? Apenas que eles saibam o destino que o voo o levará.

Márcia Coutinho

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