Gritamos pela dor, pela raiva, pela alegria, pelo
medo, pelo protesto, para se conseguir algo que não podemos.
O grito sai da garganta e tem endereço certo.
As crianças gritam para vencer sempre, seja em casa,
na rua, no supermercado, no shopping ou no parque. Sabe que vencem os pais no
grito. Um erro que não se acaba, aumenta e lastra em todas as gerações.
O adolescente que grita para se fazer ouvir. Não aceita
mais a opinião dos pais, grita, bate a porta, se retira, estratégia pura.
Os adultos gritam porque tudo podem, são maduros,
crescidos, entendidos. Para não perder a razão gritam, esbravejam. Uns diziam
que gritam para mostrar que são “homens”, eles mandam.
O que importa entre um grito e outro é que o respeito
está em apuros.
Na hora da raiva, o grito ensurdece o oponente. Um casal
quando não se entende, gritam suas razões. Nenhum se cala, o grito se propaga,
o coração se tranca e nada se ouve com nexo.
Em uma discussão, em qualquer circunstância que for,
não deixe que seu coração se distancie, senão a comunicação ficará impossível,
a distância causada pela discórdia pode ser um caminho sem volta.
Está com raiva, estressada, indignada, porque sabe que
tem razão? Não dê o primeiro grito, não altere a voz, acalme seu coração, não
deixe que ele abra um caminho ampliando a distância entre vocês, conte até cem
se for necessário. Ouça os argumentos do outro e depois se defenda, mas
continue mantendo a calma.
O grito é o apelo dos inconformados. Há diversas
maneiras de se chegar a um acordo, mas o principal argumento vem através do
diálogo. Sempre.
Márcia
Coutinho
0 comentários:
Postar um comentário