Nesta noite perdi o sono e de repente
veio em minha memória a imagem de meu filho mais velho. Talvez seja a saudade.
Eram imagens tão nítidas que foram
lembranças doces que pareciam acontecendo naquele momento.
Relembrei desde seu
nascimento. Aquele primeiro contanto. Quantos coisas passaram pela minha
cabeça, o medo de não conseguir dar tudo que planejei.
Foram passando ali os anos, suas
peraltices, e foram muitas, suas primeiras palavras, a escola, o prazer que
sentia ao leva-lo à escola, ensinar o dever de casa, seus amigos, tudo veio na
lembrança.
Ao acordar, fiquei imaginando o porquê
daqueles pensamentos. Pensei como tenho orgulho dos meus filhos, como foi
importante a convivência lado a lado, o quanto foi fundamental eu abrir mão do
meu lado profissional para acompanha-los no período estudantil. Talvez seja
isso o diferencial na educação dos meus filhos para a geração de hoje.
Quantas mães dariam tudo para ficar em
casa dedicando seu tempo aos filhos, mas a vida lhe cobra muito, seus filhos
lhes cobram muito; então é preciso ir à luta.
Em nome desse amor entregam seus filhos
às creches, aos avós, aos cuidados de terceiros, a atividades extraclasses e o
mundo lhes cobram por isso.
Eu sou felizarda. Eu sofro a distância
do meu filho que hoje mora sozinho em uma cidade distante, está construindo sua
vida, já tem sua vida bem estruturada.
Eu, falo com ele todos os dias e quando
a saudade aperta posso diminuir essa saudade pegar um ônibus e dar aquele
abraço.
Quantas mães são privadas disso. Perderam
seus filhos para a violência, para as drogas, para o mundo. Essa saudade é
eterna.
Se os filhos soubessem o tamanho do
amor de uma mãe, eles jamais levantariam a voz para elas, eles jamais virariam as
costas quando elas falam e muito menos a abandonariam.
Mães, são tesouros. Muitas vezes incompreendidos,
nem por isso menos valiosos.
Márcia Coutinho
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