Oi. Quem me acompanha nesses três anos do nosso Salpicando Ideias, sabe
o quanto procuro ser transparente em meus comentários e como procuro levar
sempre a melhor mensagem para cada um de vocês.
Otimismo e amor são palavras que venho empregando sempre. Acredito na
força do pensamento e do querer.
Mas nem tudo na vida são rosas e vocês podem pensar que os meus
problemas são pequenos, já que estou sempre de bom humor. No entanto, quero
aproveitar essa nossa parceria para dividir com vocês um problema que estou
vivendo e que pode ser um problema também de vocês.
Não quero ser dramática, mas realista.
Já tem alguns meses que passei a conviver com algo que parecia distante
de minha família. A depressão. Ela não bate à sua porta e espera ser convidada
a entrar. Ela simplesmente entra como um terremoto sem pedir licença, vai se
alojando e, quando percebemos estamos todos envolvidos com essa doença.
Não é fácil. A pessoa deprimida não tem noção do quanto seu estado é delicado
e requer cuidados constantes. Conviver com a depressão nos torna reféns dos
seus efeitos. O ambiente deve ser movido à tranquilidade e nunca estamos
preparados para o que nos espera. Por que? Essa é uma pergunta que não tem
resposta, temos sim várias suposições.
A princípio é necessário que o paciente aceite que está doente e precisa
de cuidados médicos. Não se cura sozinho. A demora em aceitar que precisava
dessa ajuda foi o que fez a doença se agravar. Tive e estou tendo dificuldades
para lidar com tudo isso. Leio muito e tenho acompanhado todo o processo.
É importante que a família não descuide do paciente, ele procura se
isolar, se torna arredio, triste e angustiado.
Por mais que pareça o contrário, depressão provoca sofrimento; não só de
quem está doente, mas de toda a família.
Vale lembrar que, a depressão faz com que a pessoa se sinta culpado
pelos transtornos, causando uma sensação de desesperança e uma vontade de “sumir”.
Sentem que são incômodos para a família, e é justamente por isso que os
cuidados precisam ser redobrados. Pensam no suicídio como forma de aliviar o
seu sofrimento e de sua família.
Tudo que estou relatando para vocês é apenas parte da minha rotina
nesses últimos meses. Ainda tenho muito a dividir com vocês. A rotina, as
mudanças de humor, o comportamento diferenciado com os membros da família e amigos
também faz parte da doença.
Fico me perguntando tanto em como agir e podem ter certeza, por mais que
acho que estou no caminho certo ainda sei que tem muito caminho a percorrer.
Sei que nossa vida vai demorar a voltar à normalidade. Mas não posso perder a
fé.
E que Deus nos ajude.
Márcia Coutinho
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