E se eu fizesse de conta que a música que toca lá fora fosse para mim?
Se o vento que sopra manso fosse apenas uma leve brisa que veio para acalentar
meu coração? Seria na verdade aquilo que eu tanto queria nesse momento: calma,
paz e sabedoria.
Está muito difícil procurar por saídas e todas as portas não se abrem
para mim, elas apenas parecem um labirinto: não vão a lugar algum.
Estou incomodada por tantas perguntas sem respostas, por tantas vezes
dar de cara com uma fria e dura realidade, onde de quem você tanto esperava um
apoio nada encontra.
Não sei porque me decepciono, sei que criar expectativas contanto com os
outros é uma cilada. Somos por nós. Quem quiser nos ajudar que se aproxime.
Esse primeiro passo em busca de respostas nada mais é do que um apelo de nossa
alma.
Ver pessoas que gostamos se debatendo entre angustia e incertezas nos
dói. Muitas vezes apenas estender nossas mãos já é um gesto de solidariedade,
apoio. Para quem está perdido, essa mão estendida é como um bálsamo, alivia
essas amarguras.
Para quem olha de longe, as sombras mentem. Para quem consegue se
aproximar, ouvir, perceberá o quando foi importante chegar tão perto. Esse
caminhar para um encontro de pessoas perdidas é a luz que faltava; por isso
nunca despreze um sinal de socorro, por menor que seja.
Somos responsáveis por nosso bem-estar, pela nossa segurança, assim como
somos peça fundamental para auxiliar quem se perdeu e não consegue encontrar o caminho
de volta, que seja apenas uma volta à realidade.
Aprenda a identificar os sinais de socorro. Hoje é alguém de lá, amanhã
pode ser daqui.
Márcia Coutinho
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