Ontem vivi momentos de terror. Não é exagero,
foi algo que pensei que não faria parte da minha história de vida.
Era apenas uma noite de sábado com um programa
bem cultural ao ar livre. Realmente o tempo estava nublado e havia previsão e
chuva. Eu disse chuva e não um temporal com características de furacão.
Parecia cena de um filme, daqueles que não
gosto e que de agora em diante não pretendo ver.
Foi tudo muito rápido. Vento forte, muita
poeira, redemoinhos cortando o espaço fazendo com que a previsão de
concretizasse de forma ainda mais perigosa.
O carro não estava longe, porém o vento não nos
deixava aproximar. Com muito custo meu filho me ajudou a entrar no carro e eu
lá de dentro o ajudei abrindo e forçando a porta.
Isso sem contar que a energia da cidade havia
acabado. De dentro do carro o pânico, isso mesmo, entrei em pânico por não
enxergar nada do lado de fora e só ouvia o barulho do vento e de árvores
caindo. Liguei o farol afim de que os outros carros pudessem me ver e não
acontecer nenhum acidente e fiquei em oração. Clamava por Deus.
Acreditem; minha vida passou como um filme. O
carro balançava muito, granizo caia em grande quantidade.
Sei que teve a mão de Deus, pois acalmei e
consegui muito devagar desviando das árvores caídas, das grandes enxurradas
chegar em casa. Como agradeci mais uma vez pela vitória de ontem.
Muitos não tiveram a mesma sorte. A destruição foi
grande. Muitos desalojados, feridos não tão graves, mas muito assustados.
Crianças em estado de choque.
Hoje foi o dia de recontar o prejuízo. A chuva
tão esperada não precisava vir arrasando. Que as próximas venham com mais
calma.
Foi uma longa noite, coração disparado, pernas
e mãos trêmulas e a pressão alta. Mesmo assim só tenho que agradecer: meu
prejuízo foi só emocional.
Márcia Coutinho
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