O tempo é
muito ingrato: ele traz sabedoria mas leva a nossa juventude.
Os sonhos que pareciam tão reais e
até palpáveis se distanciam. Às vezes se tornam inatingíveis.
O belo corpo vai perdendo sua forma
e ganhando contornos não desejáveis.
A pele de pêssego, rosada e lida
ganha rugas e marcas de expressão.
Nossas mãos que tanto carinho
fizeram, tanto trabalho executaram perdem sua vitalidade.
Nossa mente brilhante, sonhadora que
viveu momento de glória e orgulho vai se acalmando, “sossegando”, já pensa
menos.
Nossas ideias tornam-se
ultrapassadas, somos incompreendidos. Acompanhar a evolução dos tempos,
vivenciar o modismo não é tarefa fácil. Falta adrenalina, exatidão. Se não
mantermos corpo e mente em movimento começarão as dores, o cansaço.
Ah! O tempo levou nossas glórias,
ficaram as recordações em nossos álbuns, ficou a saudade de um tempo que não
volta mais.
Pensando bem, fazer tricô, ler o
jornal não está mais entre as prioridades, hoje curte-se mais a vida. Eles têm
pressa de ser feliz!
O tempo pode levar muitas coisas que
adquirimos sem nos pedir permissão, mas a nossa essência não, esta é nossa,
está bem guardada e ninguém nos toma.
Márcia Coutinho
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