Eu sempre
disse da dificuldade que tenho de ficar sozinha. A minha “natureza” é inquieta.
Gosto do barulho, de conversa, caminhar, não gosta da sensação de impotência.
Descobri
ao longo desses anos que, muitas vezes quando saímos em busca de alguma coisa é
uma maneira de encontrar respostas. Outras vezes fugimos justamente com medo de
encontra-las.
Enquanto
nos refugiamos no silêncio, mesmo rodeados de sons imaginários nossa cabeça não
para nunca. Os pensamentos se multiplicam. Eles vem e vão, se misturam; tornando
às vezes um tormento.
Chegamos
até mesmo a deixarmos que ele volte no tempo, que resgate a memória do nosso
passado. Pensamos em quantas oportunidades perdemos, quantas amigos chegaram e
quantos se foram, quantas perdas. E os erros? Por que não consertá-los. Voltar no
tempo não dá, o melhor e evita-los. Aprender a aceitar as falhas e agradecer o
que temos.
Foi em
dia de “pensar” que, olhando pela janela através das grades, percebi que,
quantos detentos ficam divagando em tanto tempo livre, traçando metas ou
tramando fugas e vingança? O pensamento é a companhia constante de cada um
deles.
Eu tenho
com libertar deste momento de reflexão, posso andar livremente, eles não.
O melhor é não entrar neste mundo e ter uma boa temporada
para ficar pensando, pensando.
Cabeça
vazia é oficina do diabo.
Márcia Coutinho
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