Quantas vezes ouvimos falar
sobre traição. O quanto ela é doída. É uma
traição que nos faz refletir sobre a vida, nossas ações e consequências.
Toda forma de traição nos
questiona se somos capazes de trairmos e como nos sentiríamos se fôssemos
traídos.
Hoje não falo da traição entre
casais ou amigos. Falo da traição de filhos para com os pais.
Todos os pais, assim deveria
ser, fazem de tudo para que seus filhos tenham plena felicidade, com isso
facilitam como podem a vida para eles. Quantas vezes transferem suas
prioridades para depois para que seus filhos tenham suas expectativas
preenchidas.
Talvez aí mora o problema. O excesso
em tudo faz mal. Dar demais também prejudica, afinal não ensinamos a tirar as
pedras do caminho, simplesmente quando estas surgem nós os carregamos até
passar as dificuldades.
Seria tudo perfeito se, todo o
nosso sacrifício não fosse em algum momento jogado por terra. É quando
percebemos que nunca fomos amigos de fato de nossos filhos, eles não nos
confiaram seus anseios, suas dúvidas e seus medos.
Onde foram parar tudo que
ensinamos? Em que momento os laços da cumplicidade foram desfeitos?
Diálogo. Essa é a palavra-chave.
Se os pais não conversam entre si, os filhos não aprenderão a fazer. Muitas vezes
os pais prendem seus filhos em casa, proíbem tudo que podem, mas quando há uma
pequena brecha eles saem por aí, voando, procurando recuperar o tempo perdido. São
nessas voltas que descobrem como é bom ser livre, se descobrem felizes e
prontos para descobrir o mundo.
O controle foi perdido, novos
rumos se abrem. As mudanças surgem e neste momento muitos conceitos são jogados
por terra e a família é traída.
Pais não seguram mais as rédeas
da situação, reconquistar a confiança uma vez quebrada é difícil, o melhor
mesmo é não se perderem entre o excesso e a falta. Tudo sob medida e uma vida
sem sustos, traição e consequências.
Márcia Coutinho
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