Quantas vezes dizemos às pessoas que ”não fizemos nada”,
“não foi nada”, “não comprei nada” e por
aí vão os nadas da vida.
O nada não
é tão pouco assim, ou melhor, ele não vale tão pouco assim, afinal ele está incluído
nas melhores rodas de amigos, nos assuntos mais inusitados.
Por nada
fazemos favores, resolvemos problemas, buscamos amigos e desafazemos amores.
Mas afinal,
o que fazer com tantos nadas que andam sobrando pelo nosso caminho? Será possível
dar um fim nesse nada que de nada está servindo?
Ele na
verdade tem várias serventias. Responde à aquela pergunta sem resposta, torna
seu locutor educado, faz de um fato um acontecimento.
O nada é
de grande poder. Você já parou para contar quantas vezes em uma conversa o nada
aparece?
De nada,
por nada; mesmo assim não se perde amizade por esse nada. Na verdade, esse nada
é tudo. Ele descomplica. Ele faz parte, ele compõe.
Ele é uma
forma agradável e bem-educada de agradecer.
Quando terminamos
um agradecimento dizendo “por nada”, estamos sendo gentil e dizendo que o que
fizemos foi feito por prazer.
Neste caso
o nada é quase perfeito, ele é um tudo, ele é a forma elegante de se comunicar
sem ofender. É um cavalheiro, sempre sutil e elegante.
Então
posso dizer que, de nada adianta ficar falando muito, pois sempre continuo a
falar, falar... falar.
Márcia Coutinho
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