O OUTRO.

 Em algum momento da sua vida, quando estava criticando ou apontando seu dedo, você se colocou no lugar da pessoa?

Aprendi nos últimos tempos que, fechar a cortina da nossa janela é o melhor que fazemos para não deixar que descubram o que tem do lado de cá.

Já imaginou como sofrem as pessoas com suas alfinetadas, suas fofocas contra ela, quando na verdade ela é apenas a vítima?

Já se colocou no lugar da pessoa depressiva que perdeu o prazer pela vida, que não consegue esconder sua tristeza e, dizem que é frescura, falta de Deus ou de trabalho?

Já se colocou no lugar de um filho que não pode conviver com sua mãe, quando sempre foi bom filho, nunca a decepcionou ou teve mal conduta? Você sabe porque isso aconteceu, se colocou no lugar dela?

E tantos casais se separando. Ficamos a procura de um motivo. Já se colocou no lugar deles? Como estão se sentindo, como vão superar esse momento?

Muitas pessoas batem à nossa porta e nos estendem a mão pedindo ajuda. Já se colocou no lugar daquele pai de família para saber o porquê de estar tomando aquela atitude?

Hoje, sabemos que muitos pedem para comprar drogas e usam o nome da mãe, filhos ou de uma desgraça. Mas, porque ele chegou a esse ponto? Cabe a nós julgar? 

E seus familiares, como ficam diante dessa cena? Já se colocou no lugar deles?

São inúmeros casos onde precisamos parar de ser juízes e nos colocar no lugar do outro. É preciso harmonizar o mundo e não jogar pedras.

Precisamos de mais mais estendidas. Precisamos de paz.

Márcia Coutinho

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