Que estamos vivendo em um mundo com diferenças gritantes; isso ninguém pode negar.
O pior é saber e ver as condições insalubres e de grande vulnerabilidade com que as pessoas estão convivendo.
Sabemos que com a pandemia esse quadro só piorou. Muitas famílias perderam empregos, seus lares e a sua dignidade.
É muito triste e mesmo querendo podemos fazer muito pouco. Se cada um fizer um pouquinho podemos amenizar parcialmente por alguns dias essa situação.
Mesmo sabendo que vou receber críticas eu pergunto: o que essas pessoas estão fazendo por elas mesmos?
Sábado assisti uma reportagem sobre o frio intenso em São Paulo/SP. Famílias que vivem em barracas improvisadas ou barracos de madeira, papelão e plásticos. Tudo muito precário, sem condições de viver. Ali eles sobrevivem.
No meio desse cenário uma mulher grávida quase na hora de ter seu filho, sem água, luz, comida. Para dormir um colchão e ao lado muitas roupas de doações amontoadas.
Para piorar na barraca ao lado sua filha de 16 anos também grávida já na hora de ter seu filho.
Fiquei revoltada. Como pensar em ter filhos nessas condições? O que vão oferecer a eles? Por que não se preveniram? No posto de saúde preservativos e anticoncepcionais são gratuitos.
Percebo que muitis se acomodaram. Aceitam migalhas como tantas " bolsas" oferecidas pelo governo, cestas básicas doadas, um prato de comida no restaurante comunitário ou tantas ajudas vindas de todos os lados .
Isso é o que querem da vida? Serem sempre a parte menos favorecida? O que estão fazendo para mudar suas realidades?
Deixo esse questionamento. Se eles não se propuseram a virar a mesa a seu favor, essa história é só mais um capítulo . O final é muito imprevisível ou talvez catastrófico.
Márcia Coutinho
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