Por que de repente me vejo foleando o meu livro da vida? Talvez seja por um capricho ou quem sabe tentar descobrir entre tantas histórias aquela que me deixou com um sabor de alegria gravado em meu coração;
De fato, minhas histórias parece livro de suspense, emoções e conquistas. Vivi cada dia com muita intensidade. Fui moleca, fui mulher, fui gente de carne e osso que sofre, cai, levanta e dá a volta por cima.
Em cada página que viro, vejo algo que me remete ao meu passado. Tempo onde pensava que tudo seria fácil, que viveria cada etapa da vida com muita sabedoria. Engano meu, teve fases onde queria que elas permanecessem, tamanho as emoções que vivi.
Claro que, teve fases onde chorei muito, onde tive perdas que até hoje me fazem chorar. Tempo onde faltou mais um abraço, mais alguns momentos para eu dizer: eu te amo.
E aquela página onde meus olhos viajam pelas linhas, onde conto a grande aventura de ser mãe. Onde não imaginava o tamanho da responsabilidade que tinha em minhas mãos. Puxa vida: ser mãe é mágico!
Cheguei em uma página que leio com calma, sabedoria e um doce sabor de ser tia. Por quatro vezes carreguei um pequeno ser em meus braços. Eram tão pequenos, mas já traziam consigo a emoção que me trariam. Foi sendo tia que senti o doce sabor de brincar de boneca, de carrinho, de dizer até mais e vê-los chorando querendo mais.
Há!!! Mas nem tudo são flores. Tem aquelas páginas que preferia rasgar ou passar todas de uma só vez. as páginas onde as decepções me dilaceram o coração. Onde a cicatriz nunca se apaga e cada vez que olho me recordo de cada detalhe.
Não posso deixar de ler cada linha, nem esquecer de observar nas entrelinhas. Lembrando que minha história está valendo a pena, estou amadurecendo e me enriquecendo com cada aventura que vivo, sendo ela triste ou não.
Se posso virar a página e começar a reescrever um novo capítulo é porque ficou o aprendizado. Isso por se só já vale a pena viver.
Márcia Coutinho
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