Tem pessoas que o tempo pouco a pouco se encarrega de apagar em nossas mentes. Elas vão se tornando imagens desfocadas, apagadas.
No entanto, a figura do meu pai ainda é muito viva para mim. Ele se foi a mais de 30 anos . Lembro dele em cada detalhe e só de imaginá-lo já me emociono.
Que homem ele foi! Que ser de luz e de uma grandeza de caráter invejável.
Ele foi pai mais velho. Mesmo assim tinha uma cabeça tão jovem. Meu pai sabia sentar e brincar conosco, mesmo cansado de um dia de trabalho.
Ele tinha uma característica que falta em muitos de nós: a paciência. Nunca ouvi meu pai levantar a voz para nos corrigir ou a mão para nos dar um tapa e sempre foi muito respeitado.
Por que não puxei essa calma dele? Minha mãe falava, brigava e ele apenas ouvia, esperava ela se acalmar para depois do seu jeitinho entender o que estava acontecendo.
Quantas vezes desejei mais um tempinho com ele, contar um pouco da minha vida, dar um último abraço apertado e um longo beijo na bochecha.
Fico imaginando como teria sido ele com os netos, ia ser um super vovô assim como foi um super pai.
Dele guardo muitas frases, muitas palavras, muitos gestos de amor . Por isso as lágrimas escorrem quando lembro dele, como se o visse à minha frente.
Espero que meu filho seja um pouquinho desse pai que eu me espelho tanto, me orgulho e sinto uma saudade danada.
Márcia Coutinho
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