Filhos, um tesouro que guardamos a sete chaves em nossos
corações. Um amor incondicional. Por eles damos nossa vida, por ele fazemos
sacrifícios. Filhos: eterno amor.
Esse laço eterno um dia deixou de existir. Pais e filhos que
um dia criaram um vínculo, deixaram o tempo ou a falta dele, os afazeres, a correria
criar uma barreira entre eles.
É uma nova e triste realidade: os filhos não querem a
responsabilidade de cuidar e acompanhar seus pais. Estes se tornaram um peso. Como
pode ser isso? Fico triste vendo pais abandonados em asilos ou vivendo sozinhos
à própria sorte. É chegado o tempo de retribuir todo o amor e carinho. Não os descartar.
Fico tentando entender o por quê tantos filhos abandonam
seus pais para criar sua própria família. O que esperam ensinar a seus filhos? Não
podemos esquecer que somos os espelhos deles. Ensinar o amor e o respeito todos
podem, mas fazer valer esse ensinamento só vem com a prática.
Ligações ocasionais, visitas em datas comemorativas ou quando
eles estiverem doentes, deixa a entender que os pais só nos dão trabalho, que eles
têm data de validade, e que, um dia ela vence e não temos mais compromisso com
eles. Triste realidade.
Devido ao crescente números de pais, principalmente os mais
idosos, surge então os cuidadores de idosos. Ainda bem que como todas as
profissões, temos profissionais competentes que amam o que fazem. Com isso
cuidam com muito carinho desses pais. Não podemos nos esquecer também que como
em todas a profissões tem aqueles que trabalham não por vocação, mas por falta
de opção. Com isso não fazem o trabalho com a competência e seriedade que
nossos pais merecem.
Fica então a questão: sem tempo e muitas vezes sem paciência
e boa vontade, como vamos resolver a questão dos pais que estão cada vez mais
sozinhos se tornando órfãos de filhos vivos?
Márcia Coutinho
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