TROCAR POR QUÊ?

            Você largaria uma vida estável, marido e filhos para viver um amor do passado? Seria capaz de resgatar aquilo que não viveu , deixando para trás pessoas que lhe amam?

            Se sua resposta é não. Parabéns! Você  é uma pessoa feliz. Sabe dar valor no que conquistou, no seu hoje.

            Mas existem pessoas de todas as classes sociais fazendo isto a todo instante. São casamentos e relacionamentos sérios se desfazendo em nome de um amor que ficou no passado. De repente é preciso dar uma nova chance a um amor que não foi vivido. Será?

            Estes casamentos se acabam como um encontro casual, de um dia, não parecem ter vínculos, nesta relação amor, afinidade, respeito e cumplicidade não faziam parte do pacote. Parece até que só agora os defeitos apareceram, antes eram apenas imaturidade, agora se tornaram graves.

            Terminar um casamento para viver com um novo “antigo” amor é mais difícil que se imagina, criam-se expectativas, espera-se resgatar o que ficou inacabado, dar continuidade. Porém lembre-se você amadureceu, muitas coisas aconteceram, muitos elos se perderam, haverá uma sobrecarga de responsabilidades. Talvez o  tempo de vocês dois já tenha passado.

         Na verdade sobrou uma paixão mal resolvida, ficou um que de proibido. Não tome atitudes precipitadas, talvez o seu casamento ou sua relação de cumplicidade, confiança mereça continuar, não troque o velho sonho pelo amor de hoje.

            Em meio a este conflito tudo fica mais sério quando se envolve filhos. Estes nunca estão preparados para a separação de seus pais, para eles o que existe ali é uma família, e esta deve permanecer unida.

            Não coloque nos filhos a responsabilidade de sua decisão. Use o seu tempo de convivência e de intimidade  com o outro para resolver através do diálogo o que está deslocado na sua relação.

            Se um casal, está em um casamento onde já existe um desgaste, não existe respeito, onde os buracos não podem mais ser tampados, então é chegado o momento de uma retrospectiva em sua vida, sua individualidade. Procure se conhecer melhor, suas necessidades e não deposite na nova pessoa a ideia que ela é a chave de sua felicidade.

            Vale a pena arriscar-se?

            Apenas não manche os anos de convivência com a traição. Trair é uma quebra da fidelidade, de confiança. Quando se perde estes itens, perde-se o respeito, e resgatar aquilo que se perdeu por opção é algo que talvez nem o tempo possa resgatar.

            O verdadeiro amor não se desgasta, mas sim; se reconstrói dia-a-dia.

Márcia Coutinho