Andei
por ruas largas, arborizadas. Vi pessoas passeando, distraídas, tranquilas.
Encantada percebi como as praças são
tão bem cuidadas. Bancos de madeiras , flores coloridas. Ali a tarde sempre acontecia
um ponto de encontro!
Na
praça da matriz ouvi o sino do meio dia, apreciei o coreto que tantas vezes foi
palco da banda de música da cidade. Ali casais se formaram, namorados
passeavam., crianças corriam, o pipoqueiro sorria feliz com tanta freguesia...
De
repente, olho para os lados e vejo casarões em contrastes com as construções
imponentes!
Bate
uma melancolia! Ali também a modernidade já chegou. Era o esperado. Ninguém
quer ficar parado no tempo!
Um
pouco adiante, na praça principal vejo que ela está toda cercada , esconde a
reforma que acontece a todo vapor. Ah! Que saudade de passear entre os
canteiros, de ficar sentada com amigos
nos banquinhos em volta, olhando a fonte que mudava de cor, encantando
quem por ali passava! Quantas paqueras , quantas trocas de olhares! Tempo bom.
As
pessoas sempre sorridentes, hospitaleiras. Comida gostosa, um tempero
incomparável, coisa de mineiro mesmo!
Bate
forte coração! É estranho, pois sempre vou a minha cidade, sempre fico alguns
dias e nunca tinha parado para reparar tantas mudanças, e nesta semana, quando
fui tão rapidinho olhei atentamente cada rua por onde passei.
Tranquilo
um rapaz empurrava sua bicicleta, do
outro lado crianças saiam da escola brincando entre elas...
É,
o tempo passou rápido mesmo. Encontrei amigas que deixei ainda solteira, agora
com seus filhos morando em outras cidades maiores, mais uma preocupação para os
pais.
Todos
seguiram adiante, querendo acompanhar os avanços, estudar, crescer, ser alguém!
O
que me chamou mais a atenção foi o índice de violência por lá, isto cresceu
muito rápido, as pessoas estão cada vez mais trancadas, grades nas janelas,
muros altos, cerca elétrica. É modernidade demais para uma cidade de interior! Seria
muito bom se pudéssemos seguir em frente sem medo do que está por vir. A ameaça
à nossa segurança nos assusta, nos faz temer . Constato mais uma vez: a paz
está escapando por entre nossos dedos! É com pesar que vejo que a vida pacata
deu lugar a uma cidade que mesmo com cheirinho de interior trás marcas de uma
terra de futuro incerto para todos que lá moram.
Márcia Coutinho
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