Desde
muito pequena tinha um sonho: queria ser professora. Achava lindo aquela
profissão! Era tudo que queria.
Conseguia
visualizar meu futuro como minhas mestras: ensinando, sendo amigas, dedicando
seu tempo para ensinar.
O
tempo passou e eu não desisti do meu sonho, estudei e me formei. Enfim diplomada
era professora.
Queria
ser como elas. Sempre me espelhei em cada uma: Conceição, Amelina, Selma e
Neide, minhas professoras primárias. No entanto o tempo é outro, já não existem
professores como naquele tempo, já não existem alunos como antigamente. O respeito
se perdeu pelos caminhos da vida.
E
por que mudou? A missão continua a mesma, os ideais também. Agora o papel do professor
também é social, estão cada vez mais engajados no exercício da profissão com a
intenção de também ser um agente transformador.
Infelizmente
a realidade é outra, alunos não respeitam mais o ambiente escolar, professores
andam cada vez mais estressados, cansados , desmotivados.
A
metodologia de ensino também mudou...
‘ O
professor já não é mais o todo poderoso da sala de aula, o detentor do saber,
ou quem sabe o dono da razão, ele agora é um refém da sociedade dentro da sala
de aula.
Ainda
lembro da emoção que senti quando entrei em uma sala de aula para lecionar pela
primeira vez, fecho os olhos e passa um filme em minha cabeça. Quanta insegurança!
Sei
das dificuldades, dos sonhos que desabam, da insegurança que cerca os
profissionais da área da educação. Mesmo assim sei de muitos professores que
ainda acreditam e levam a sério a missão de ensinar.
Isso
só acontece em razão de seu modo de ser,
agir e conduzir as aulas, tentando despertar a vontade de adquirir conhecimento
acreditando que a educação ainda é a solução. Afinal o estudo ninguém nos toma.
Professores,
não desistam, procurem forças transformadores dentro de vocês. Sei que a falta
de tempo, a pressão existem, mas nós podemos continuar seguindo em frente,
tentando encontrar nas portas fechadas uma razão para impor nossos sonhos de
fazer do saber uma forma de mudança, podemos sonhar com uma sociedade melhor,
com um saber para todos e um reconhecimento que somos humanos, com direito a
chorar, sorrir e nos estressar.
Márcia Coutinho
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