Quero
na verdade mostrar que a vida é uma grande história, cheia de altos e baixos,
que nas curvas podemos encontrar soluções e no desalento achar um abraço que
mudará a nossa vida!
Hoje
conto a historia real de Francisco. Um rapaz com marcas profundas das
circunstância da vida.
Ainda
criança, sua mãe engravidou e teve uma filha. Desde então ficou apática, se
fechou para o mundo e culpava a todos por ter tido mais um filho, já eram 4. Seu
marido sofreu muito , foi rejeitado, maltratado. Era um homem bom, trabalhador.
Ele não tinha ideia do que se transformaria sua vida a partir daquele
nascimento.
Cada
vez mais perturbada, talvez sofrendo de depressão pós-parto, afastou-se de
todos e seus filhos ficaram cada vez mais sem amor materno. O pai passou a
beber cada dia mais, com isso sua família foi se despedaçando, cada filho com
um tipo de problema causado pela falta de estrutura daquele lar. Seus pais vieram a falecerem e
parece que ali terminava um doloroso ciclo e se iniciava outro.
O
nosso Francisco era muito bonito, chamava atenção, porém mesmo com carinho e
cuidado dos outros ficou uma falha muito grande em sua vida. Esta talvez seja a
desculpa para seus tropeços pelos caminhos da vida.
Suas
fases da vida foram marcadas, doloridas, tristes e o menino Francisco cresceu e
se tornou usuário de drogas, depois começou a praticar pequenos furtos e como
todo delinquente foi preso muitas e muitas vezes.
Ele
era e ainda é um profissional da construção civil, nunca ficou sem trabalhar,
saía da prisão em regime semiaberto e sempre encontrava trabalho.
Muitas
vezes tinha suas recaídas, aprontava e voltava para a prisão.
Mas
tudo mudou: um dia conheceu na prisão a irmã de um detendo. Mesmo quando o
irmão da moça saiu da cadeia ela continuou a visita-lo. Levava carinho, atenção
e juntos descobriram que poderiam ter uma vida lá fora.
Esta
mulher modificou sua história, que tinha tudo para dar errado. Com ela ele vive
há alguns anos, cuida dos filhos dela como se fossem seus.
Encontrei com ele neste fim de semana, fiquei
feliz e emocionada, pois já havia anos que não o via pessoalmente ; apenas
sabia notícias e ele me deu um abraço e quando perguntei como ele estava me
respondeu: “Sai daquela vida, hoje tenho minha casinha, já pus piso, está toda
rebocada, agora vou pintar. Eu não preciso mais ir para aquele lugar, hoje
tenho para onde voltar e sei que quando chegar vou receber um abraço.”
Mais
uma vez descobri que , se queremos que a mudança aconteça temos que olhar para
o lado sempre de coração aberto, esta mudança pode estar em pequenos detalhes.
Vamos dar mais valor ao que nos cerca, não importa onde nem quando, mas um dia
ela acontecerá.
Márcia Coutinho
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