Salpicando Ideias

Opinião, discussão sobre temas polêmicos e atuais.

domingo, 27 de maio de 2018

QUEM VAI CUIDAR DE MIM?

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Hoje serei a personagem do meu texto. É algo que preciso compartilhar com vocês, uma experiência que venho vivendo e está longe de chegar ao fim.

Começando mais uma semana e sem saber que rumo tomarei. Estou realmente exausta. Já não sei como agir e por isso tenho lido e procurado insistentemente por ajuda e orientações. Não é nada fácil lidar com a depressão do companheiro. Tudo que se faz por ele parece pouco, já que não consigo enxergar se estou acertando.

Por muitas noites fiz o meu marido dormir, embalei em meus braços, acalmei, sussurrei palavras de carinho e apoio. Pensei que seria o suficiente, mas não, no outro dia a tristeza continuava em seu olhar. Percebia que a solidão para ele naquele momento era um monstro e que ele não estava conseguindo lidar.

Enfrentei muitos dias e noites com o choro na garganta, precisava ser forte. Sabia que eu somente eu poderia fazer alguma coisa. Quantas vezes pedia para que ele aceitasse se tratar. Sozinho não conseguiria. Depois de muita luta; enfim consegui que ele procurasse um especialista. Sentia-me cada dia mais sozinha, enfraquecida.

Ouvir falar da vontade de se matar, de não sentir alegria nem vontade de viver, doeu muito. Precisava de mais força. Busquei muitas informações. Acabei esquecendo de mim.

Não estou conseguindo de maneira nenhuma vencer tantas barreiras! Estou fazendo de tudo que me aconselham: dou esperança, eu e meus filhos nos unimos ainda mais para que ele perceba que tem uma família que o apoia e quer vê-lo melhor. Cada passo que acreditamos que demos para frente, na verdade estamos damos dois para trás.

Já são quase quatro anos de uma luta por dia. Tem dias que bate um desespero e acreditem: estou por desistir. Quantas vezes sou taxada como vilã, enfrento as fúrias em seus momentos de surto, ouço barbaridades, acusações.  Sou desprezada, desrespeitada, mas relevo; afinal ele está doente.

Será que daqui um tempo essa tristeza e desesperança que hoje tenho em meu peito não pode vir a ser uma depressão? E aí, quem vai cuidar de mim?

Se você passa por algo como eu, vamos nos unir e dividir nossas experiências. Talvez assim uma dá força para outra e que a luta continue. Até onde der as nossas forças.

Márcia Coutinho


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