Rafael Silveira
Um homem, uma história, uma lição de vida para aqueles que buscam na riqueza a formula para a felicidade.
Neste
domingo, quando liguei a TV tive uma grande surpresa ao deparar com um par de
olhos azuis, quase cinza que tinham um brilho diferente, parecia que seu olhar
era mágico. Fiquei tão fascinada que prestei atenção naquele senhor que contava
sua história.
Ele vive
no interior de Tocantins, analfabeto, viúvo e vive sozinho. Tem na música sua
companheira para todos os momentos.
O que
tem esse senhor que chama tanta atenção? A simplicidade. Muito humilde não
reclama da vida e sim agradece pelo pouco que tem. Não precisa de muito para
ser feliz.
Sebastião
ou seu calango, apelido carinhoso que recebeu é um homem franzino, aos 70 anos
toca seu violino, que ele mesmo fez. Seu sonho? Tocar em uma orquestra.
Não
conhece nenhum artista, não tem televisão. Não sabe o que é metrô, nunca viu um
avião ou helicóptero. Nunca saiu do seu cantinho. Ele é um sábio, aprecia com
gosto tudo ao seu redor, não foi corrompido pelos avanços, pela tecnologia ou
ambição do homem, em seu rancho gosta de dormir na rede.
São
Paulo. A grande metrópole é um lugar que tem vontade de conhecer. E essa
vontade se transforma em uma viagem de avião com direito a um passeio de helicóptero
e ainda andar pela avenida Paulista. Do alto se emociona com tantas belezas que
as pessoas aqui em baixo desprezam e não dão o real valor.
No palco
do programa recebe uma homenagem quando começa a tocar seu violino e uma
orquestra o acompanha. Acreditem: ele não se intimidou com seu violino
artesanal, se sentiu o próprio maestro. Um contraste entre os instrumentos
modernos e seu fiel instrumento.
Naquele
momento eu vi: um olhar que brilhou de felicidade. Foi esse raro momento em um
domingo que a emoção bateu forte em meu coração.
Como
podemos reclamar da vida? Em tanta simplicidade eu vi uma lição de vida,
aceitação e alegria.
Márcia Coutinho
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