Sabemos que vivemos em um país de
contrastes, contrastes estes que na maioria das vezes chocam. Está havendo uma
desigualdade de oportunidades gritantes. Afinal um país onde quem tem padrinho
não morre pagão, às vezes estudar, se profissionalizar já não representa que
você alcançará o sucesso tão almejado.
Mesmo
assim, ainda conseguimos ver em meio a tanto “nada” pessoas que se julgam
felizes simplesmente pelo fato de viver.
Eu
me pergunto: como pode um lugar perdido no sertão nordestino ter pessoas tão
simples, de caráter, trabalhadora, que não teve oportunidades de vencer sendo
cegos e mantém a fé na vida?
A
resposta é simples. Eles aprenderam a contornar a deficiência sem se
preocuparem de encontrar o culpado pela desgraça.
Enquanto
milhares de brasileiros, com condições de trabalhar, diga-se de passagem,
mentem e são julgada incapazes e passam a receber o auxílio doença;
mesmo jovens e com muita saúde. Enquanto tantos outros incapacitados tem que
dar a volta por cima, enfrentarem a doença, trabalharem para sobreviver. Os contrastes
entre os pilantras e os de caráter.
Neste
domingo assisti a uma matéria sobre dois idosos, que mesmo cegos e com idade
bem avançada, já sofridos pela carência não desistiram de viver, trabalham como
lavrador e marceneiro. Lição de vida, simplicidade, honestidade, caráter.
Vivem em casebres de taipa, bem
desgastada pelo tempo, dormem em redes, não tem água encanada nem rede de
esgoto, mal sabem o que é um banheiro. A alegria que levam a vida, eles tocam,
cantam e se divertem com o mínimo.
E nós? Com tanto conforto,
tecnologia, liberdade e grandes oportunidades de crescimento, ainda questionamos
quando não conseguimos adquirir o que nos falta. Procuramos sempre alguém para
culpar.
Quando vamos aprender que a vida é
feita de pequenos pedaços que se completam e formam a nossa felicidade!
Márcia Coutinho
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