Eu venho de uma época onde ainda se ouvia muito dizer que
lugar de mulher era dentro de casa, cuidando do marido, dos filhos. Eram poucas
as mulheres que tinham voz ativa, elas não tinham opinião própria. Eram as
famosas Amélias. Vi a minha mãe brigando pelo direito de trabalhar fora, foi
muito difícil a minha família aceitar aquilo, era uma afronta: “ parece que
está faltando as coisas em casa para você ter que trabalhar fora. “ aquilo era
obrigação do homem da casa. Quantas mulheres não passaram pela mesma situação!
Era necessário mudanças, afim de que conquistássemos os
nossos direitos, políticos, sociais e civis, até hoje ainda brigamos pois a desigualdade homem/mulher é bem visível.
Pouco a pouco a mulher foi conquistando seu espaço, derrubando
tabus, vem sendo uma luta árdua.
Não sou feministas, sou feminina, sinto orgulho de tantas
batalhas vencidas. Para que possamos atingir nossos objetivos é preciso haver
mudanças efetivas, só nós mulheres podemos mobilizar, nos valorizar e assim
alcançarmos os nossos ideais. Não quero ter os mesmos direitos dos homens, sei
da diferença entre nós, só quero que aquilo que alcançarmos por nossa própria
conta seja valorizado e respeitado. É um direito nosso!
Falando em direitos conquistados, direitos que ainda
almejamos, um direito que não podemos abrir mão é o direito de sermos mulheres!
Com todo nosso jeito, manias, cultura. Infelizmente, com o passar do tempo
muitas mulheres esqueceram de se valorizarem, de aproveitar nossas conquistas.
Hoje algumas se tornaram vulgares, vendem o próprio corpo, aceitam serem
maltratadas, espancadas, aceitam migalhas oferecidas, se prostituem. Não falo
de forma generalizada, falo sim, de uma minoria que trai, não respeita sua
família, não se respeita mais. O que fazer então? É necessário uma nova
postura, um novo olhar para a nossa realidade e sabermos analisarmos com
clareza e maturidade as nossas ações. Não podemos permitir que percamos o amor
próprio, afinal a muitos anos deixamos de ser a mulher submissa, sexo frágil
para marcamos nosso nome na historia,
como independentes, batalhadoras, vencedoras!
Márcia Coutinho
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